Nascida na Bélgica, Geraldine de Lemos cedo descobriu a sua vocação para as artes. Queria desenhar. O desenho era a única coisa que lhe agradava. Frequentou Arte Plástica em Saint-Luc, numa experiência que denomina de muito importante na sua vida, porque lhe ensinou a exprimir o seu eu. Com 18 anos decidiu escolher uma área específica: têxtil. Tinha tudo a ver com ela. Os tecidos, o toque, o volume e o facto de poder exprimir-se através da matéria. Era tudo o que sonhara e acabou por revelar-se uma descoberta transformadora. Entretanto, estudou floricultura durante 3 anos, atraída pela natureza e pelo desejo da criação efémera permanente. Vindo morar para Portugal, apaixonou-se pelas origens familiares e pela genuinidade local que a empurrou para algo que sempre adorou desde os tempos da Escola de Belas Artes: o contacto com a matéria. Integrada num ambiente natural, rodeada de montanhas e vinhedos, sentiu uma enorme necessidade de trabalhar com materiais matriciais: o barro, e de usar as mãos para o transformar, para lhe dar forma, criando algo que fosse uma extensão de si própria. Foi esse encontro consigo própria, afastada do exagero perfeccionista em que tinha caído, que permitiu a Geraldine a descoberta de uma nova forma de expressão artística – o trabalho em cerâmica. Apaixonada desde sempre pelo artesanato e, em particular, pelo trabalho de artesãos que ousavam mesclar tradição com modernidade, Geraldine embrenhou-se na descoberta do seu próprio caminho, inspirada nas raízes culturais beirãs e nas suas experiências pessoais. O resultado é indiscutivelmente original! As suas peças estão impregnadas de emoções, de sentimentos, de humanidade. Como se a cada modelagem, descarregasse no barro as suas tensões emocionais, numa espécie de exorcismo criativo, pleno de originalidade e inspiração. O seu trabalho resulta de uma busca solitária e incessante pelas raízes. Talvez, nada, como a descoberta dos rituais ancestrais de manuseamento dos produtos endógenos – as fibras naturais, o vinho, o barro – na quinta de família, onde tem o seu atelier, a tenha inspirado tanto para as suas criações.
Born in Belgium, Geraldine de Lemos soon discovered her vocation for the arts. She wanted to draw. Drawing was the only thing that pleased her. She attended Plastic Arts at Saint-Luc, in an experience that she considers of utmost importance in her life, because it taught her to express her own ‘self’. At the age of 18, she decided to choose a specific area: textile. It had everything to do with her. The fabrics, the touch, the volume and the fact that she could express herself through the material. It was all she had dreamed it to be and it turned out to be a transforming discovery. In the meantime, she studied floriculture for 3 years, attracted by nature and the desire for permanent ephemeral creation. Having decided to live in Portugal, she fell in love with her family origins and the local genuineness that pushed her to something she had always loved since the days of the School of Fine Arts: contact with material. Integrated within a natural environment, surrounded by mountains and vineyards, she felt an enormous need to work with matrix materials: clay, and using her hands to transform it, to give it shape, thus creating something that was an extension of herself. It was this encounter with herself, away from the perfectionist exaggeration into which she had fallen, that allowed Geraldine to discover a new form of artistic expression – work with pottery. Having always been passionate about handicrafts, and particularly the work of artisans who dared to blend tradition with modernity, Geraldine was deeply involved in discovering her own path, inspired by her “Beira” cultural roots as well as her personal experiences. The result is unmistakably original! Her pieces are imbued with emotions, feelings, humanity. As if she were venting her emotional tensions with the modelling of each piece of clay, in a kind of creative exorcism, filled with originality and inspiration. Her work is the result of a solitary and incessant search for her roots. Perhaps nothing had inspired her creations so much as the discovery of the ancient rituals of handling the endogenous products – the natural fibres, the wine, the clay – at the family villa where she currently has her atelier.
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